segunda-feira, março 24, 2008

Uma conversa com um colega meu, do ISCTE, de arquitectura, levou-me reflectir sobre um assunto... Assunto esse que me leva a uma questão. Por que raio o ISCTE tem o curso de Arquitectura? É a mesma coisa que o Técnico tivesse Gestão. Como será entrar no ISCTE, em arquitectura?

- "Bem vindos à business school, no técnico ensinam-vos matemática, saem de lá engenheiros com um pouco de sensibilidade, aqui saem bons gestores de projectos..."
- "Bem vindos à aula de arquitectura 1º ano. Como podem constatar, no vosso enunciado tem um limite de dinheiro a gastar em materiais..."

Bem, divagações à parte, o assunto que me leva a escrever, não é o ISCTE, instituto que brinca às universidades. É algo muito mais sério. Incrivelmente sério. Saímos de uma época religiosa, mas ainda é muito grave o se vai escrever, uma história que deixei na "gaveta" há muito tempo (estou em mudanças, portanto ando a esvaziar a mobília)... É a história de: "Um padre traidor."

Isto leva-me a uma época longínqua, uma época que prefiro esquecer. Tinha 14 anos, ainda tinha uma certa dúvida se existia um deus ou não, levava na boca quase todos os dias, daí ser de esquerda, hoje em dia. Fui à missa, que estava apinhada de gente, uma coisa que nunca percebi é porque as pessoas vão à missa? Gostam de se roçarem nas pessoas? Acartar ordens do padre, sentam-se, levantam-se? Continuando. O padre entrou, e com um ar grave, austero e orgulho no que faz, disse:

- Deus está a chegar?

O quê? Mas deus supostamente não é omnipresente? Onde é que ele está? Foi tomar o pequeno-almoço à piriquita? Espero bem que sim, porque a espera no meio daquela gente toda foi sufocante. Não. Havia uma resposta muito mais simples.

No dia anterior, dois sujeitos vestidos com fatos dos anos 80, bateram à porta do Padre António. Ele abre a porta aos dois indivíduos desconhecidos.

Padre - Bom dia.
Indivíduos (em uníssono) - Bom dia, eu chamo-me Hélder.
Padre - Eu sou o Padre António, sobrinho do Padre António, filho do Amílcar que quis ser padre.
Indivíduos - Temos uma proposta a fazer.
Padre - Diz meu filho, porque aqui estás.
Indivíduos - Temos uma proposta de trabalho. Pelo que sabemos, o senhor é cativador. (com uma musiquinha de concurso da TV, animados) Com este trabalho pode constituir família, não precisa de seguro de saúde, e esqueça os pagamentos em Avé Marias e Pai Nossos. E se não ficar satisfeito, oferecemos-lhe uma fatiota toda catita. Esqueça os dias de domingo de manhã, numa igreja fria qualquer.
Padre - Realmente, é uma boa proposta. Quando posso dar a resposta?

É óbvio qual foi a resposta. Deus não estava atrasado com o pequeno-almoço, coisa nenhuma. Foi ele, o padre, que se convertia aos poucos na doutrina Jeová, e para sempre à espera do seu deus, para governar a terra, e poder deixar de trabalhar, deixar de dar sermões. Não haverá pecadores, não haverá doentes. Se não há doentes, não há médicos. Se não há médicos, então também não quero trabalhar. E se não quero trabalhar, porque tiro agora um curso de arquitectura, dificil, trabalhoso, custoso? Eis a questão...

8 comentários:

Raquel disse...

sempre a dizer mal... o que vale é que, no uemeio disto tudo, eu como carne à sexta feira santa e tu nem sabes o q isso é!!

Sabes porque é que é feio apontar o dedo? porque podemos acertar em Deus.. visto que ele é omnipresente.. não vamos querer acertar-lhe no olho...do cu!

Anónimo disse...

já tinha dito isto mas o kamon chora se eu não escrever aqui. Sem duvida um dos teus melhores textos, dizer mal faz-nos sentir tão bem, não é?

O que é que será que as pessoas que não comem carne at all pensam da sexta feira santa? "Epá hoje não posso comer carne! Espera, mas eu nunca como carne, oh well. Então hoje... não posso... dormir de barriga para cima! Ou jogar à macaca! Ou contar até dois! Não, não, nada me parece bem... Vá lá, tenho de conseguir inventar qualquer merdinha que seja para impor como regra, de forma a conseguir respeitar o senhor... Já sei! Hoje não posso ver os morangos com açúcar com a suas cenas de pornografia :D.


E já agora Raquel, quem usa essa piada sou eu, mau, vai haver trouble.

Pseudónima disse...

E porquê levantarmo-nos, se se está tão bem na cama e nos vamos voltar a deitar, num é verdade?

(Nunca associei os "Helderes" a jeovás, pensava-nos chatos iguais, mas de uma religião diferente).

Kamon disse...

Acho que não têm mesmo nada a ver. Mas era só para gozar. Também nem todos os padres se chamam António, e no entanto era isso que queria dizer.

Anónimo disse...

Peço desculpa, então. Perdi uma boa oportunidade para estar "calada". =x xD

Kamon disse...

Não. É bom que voltes a comentar... Caso contrário, isto fica muito mole.

Pseudónima disse...

Ok. E novo post, não? =)

Kamon disse...

Lol. O Cer está encarregado de escrever um novo... Podias ser um belo "loby" (é assim que se escreve?) e fazer pressão sobre esse ser...